terça-feira, 29 de setembro de 2009

JOGOS DE ESTRATÉGIA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS

Tarcísio da Costa Lobato
Graduando em licenciatura plena em matemática - Universidade do Estado do Pará. Graduando em Bacharelado em Estatística – Universidade Federal do Pará.

Josiel Abreu do Nascimento
Graduando em licenciatura plena em matemática - Universidade do Estado do Pará. Graduando em Bacharelado em Estatística – Universidade Federal do Pará. Técnico em Mecânica – ETPP.

Silas Rafael Dias de Oiveira
Graduando em licenciatura plena em matemática - Universidade do Estado do Pará.

Elly Torres Barros
Graduando em licenciatura plena em matemática - Universidade do Estado do Pará.



Resumo

A Resolução de problemas matemáticos é a atividade central da matemática. No entanto, na sala de aula, geralmente ela não é tratada como tal. Associá-la aos jogos de estratégia pode trazer resultados positivos para a aprendizagem. Nosso estudo teve como objetivo geral, observar através da utilização de jogos, estratégias para a resolução de problemas matemáticos. E específicos: Dos resultados das monografias apresentadas pelos pesquisadores e estudiosos, emerge que a utilização de jogos de estratégia para a resolução de problemas matemáticos é muito favorável à aprendizagem, e a utilização de um painel integrado contribuiu para romper o paradigma da comunicação na sala de aula.
PALAVRAS CHAVES: Jogos Matemáticos. Resolução de problemas. Ensino da Matemática.


Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós como futuros educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas.

Vygotsky afirmava que através do brinquedo a criança aprende a agir numa esfera cognitivista, sendo livre para determinar suas próprias ações. Segundo ele, o brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.

O uso de jogos e curiosidades no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse do aluno envolvido. A aprendizagem através de jogos, como dominó, palavras cruzadas, memória e outros permite que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido. Para isso, eles devem ser utilizados ocasionalmente para sanar as lacunas que se produzem na atividade escolar diária. Neste sentido verificamos que há três aspectos que por si só justificam a incorporação do jogo nas aulas. São estes: o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a formação de relações sociais.

Moura, 1991, afirma que ''o jogo aproxima-se da Matemática via desenvolvimento de habilidades de resoluções de problemas''.

Devemos utilizá-los não como instrumentos recreativos na aprendizagem, mas como facilitadores, colaborando para trabalhar os bloqueios que os alunos apresentam em relação a alguns conteúdos matemáticos.

OS JOGOS NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM SALA DE AULA.

Não é preciso ressaltar a grande importância de resolver problemas, pois vivemos em um mundo o qual cada vez mais, exige que as pessoas pensem, questionem e se arrisquem propondo soluções aos vários desafios os quais surgem no trabalho ou na vida cotidiana.

O uso de jogos no ensino da Matemática tem o objetivo de fazer com que os alunos gostem de aprender essa disciplina, mudando a rotina da classe e despertando o interesse dos alunos.

A aprendizagem através de jogos permite que o aluno faça da aprendizagem um processo interessante e até divertido, como já foi mencionado anteriormente. Na história dos jogos matemáticos os jogos motivam o surgimento da Teoria das Probabilidades. Entretanto, do ponto de vista educacional é mais interessante abordarmos os jogos de estratégias, como o xadrez, que não permitem a vitória por sorte. Salientando que a atividade de jogar tem papel importante no desenvolvimento de habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração, tão necessárias para o aprendizado da Matemática e para a resolução de problemas. Neste sentido verifica-se que a implantação dos jogos de estratégias nas aulas apresenta aspectos lúdicos, de desenvolver técnicas intelectuais e a formação de relações sociais. “Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de Matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muito dos nossos alunos que teme a matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação do jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem.” (BORIN, 2004, p. 9).

Em relação ao ensino da matemática, dentre as diversas habilidades que compõem o raciocínio lógico, os jogos estratégicos, tem como meta o raciocínio dedutivo, aparecendo na escolha dos lances que se orientam tanto nas jogadas certas quanto nas erradas e que impõe o jogador a elaborar e a reelaborar suas hipóteses a todo o momento.

Veja alguns jogos matemáticos:


- Descubra o intruso

Este jogo além de trabalhar os conceitos de pertence e não pertence, explora a memória, a reflexão, a lógica, a observação e o vocabulário. Apresente um conjunto de 3 elementos (objetos ou figuras em cartões) entre os quais um é “intruso”. Inicialmente, apresente um conjunto de 3 elementos simples: figuras de laranja, banana e ovo. Diga aos alunos que, como pequenos detetives, descubram qual o “intruso”. Peça que expliquem por que o elemento é intruso. Continue a brincadeira com outros conjuntos de 3 figuras, enquanto a turma mostrar interesse. Quando os alunos se acostumarem com a brincadeira, aumente o número de elementos para 4, 5 ou 6.

- Formando triângulos

Este jogo leva os alunos a conhecer e fixar o conceito de triângulo.

a) Entregue para cada grupo de 3 ou 4 alunos uma folha com vários pontos distribuídos ao acaso, um pouco separados uns dos outros. Se preferir, peça que os próprios alunos salpiquem as folhas de pontos. Peça que cada aluno do grupo escolha uma cor diferente de lápis.

b) O jogo é assim: cada aluno, na sua vez, liga 3 pontos, de modo a formar um triângulo, e, depois, pinta-o com a cor escolhida. Para que os alunos entendam melhor o jogo, faça uma demonstração com alguns pontos feitos na lousa.

c) Ganha o jogo quem conseguir pintar mais triângulos com a sua cor. Não importa o tamanho dos triângulos desenhados, desde que os triângulos não se sobreponham.

Uma variação dessa brincadeira é “Formando quadriláteros”. As regras são as mesmas. A única diferença é que os alunos terão de ligar 4 pontos para formar uma figura de 4 lados.

PRESSUPOSTO:

A partir da pesquisa feita para este trabalho, podemos perceber que, desde o inicio das atividades Matemática os jogos e a resolução de problemas já mostravam suas contribuições para o estudo da mesma.

Os jogos de estratégias e resoluções de problemas propostos por Borin (2004) percebe-se que ela trata o jogo como um instrumento para se chegar a resolução de problemas e para resolver esses problemas, ela recorre a heurística de Polya (1975).

Portanto, podemos concluir que o uso de jogos de estratégia para a resolução de problemas pode ser um recurso poderoso para o ensino da Matemática, porém, segundo Malba Tahan, 1968, ''para que os jogos produzam os efeitos desejados é preciso que sejam, de certa forma, dirigidos pelos educadores''. Partindo do princípio que as crianças pensam de maneira diferente dos adultos e de que nosso objetivo não é ensiná-las a jogar, devemos acompanhar a maneira como as crianças jogam, sendo observadores atentos, interferindo para colocar questões interessantes (sem perturbar a dinâmica dos grupos) para, a partir disso, auxiliá-las a construir regras e a pensar de modo que elas mesmas entendam.

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS

BORIN, J. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de Matemática. 5ª Ed. São Paulo: CAEM-IME-USP, 2004.

BOYER, C. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blucher, 1996.

POLYA, G. A Arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Inteligência, 1977.

POLYA, G. Os dez mandamentos para professores. In: Revista do professor de Matemática nº 10. RPM. SBM. (CD-ROM).

MOURA, M. O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino. São Paulo: USP, 1991.

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